quinta-feira, 17 de junho de 2010

Cartas para ninguém.

Rio de Janeiro, 16 de Junho de 2010.

Olá, como vai?! (pura educação/formalidade)
As coisas por aqui andam meio estranhas, parece que a tempos não pertenço mais a esse lugar. As pessoas que me rodeiam parecem entretidas em seus afazeres, suas brincadeiras enquanto eu fico perdida com meus pensamentos, excluída até entre meus amigos, achando graça de poucas coisas e perdida entre eles.
Eu sempre soube que o mundo continuaria sem mim, quando eu não estivesse mais aqui, eu só não sabia que o mundo continuaria sem mim enquanto eu AINDA estou aqui.
Até sábado eu vinha estado bem, sem crises de choro repentinas ou pensamentos sombrios, mas então tudo mudou, aquelas coisas que pensava voltaram... do nada! Eu não estou preparada pra isso, nunca estive. Não quero que a felicidade caia do céu, dinheiro nasça em árvore e um príncipe encantado venha à cavalo, quero fazer as coisas do meu jeito, mas não seria nada mau se tudo fosse um pouco mais fácil.
Não há nada caindo do céu, não tem nem sapo na lagoa, que dirá príncipe cavalgando, além de não ter árvore nenhuma espalhando dinheiro por aí. O problema deve estar em mim, vai ver eu deveria ser mais sociável, distribuir mais sorrisos ou ser mais simpática. Desculpe, não faço amigos por conveniência.
Cada dia que passa, parece que a necessidade de ser amada aumenta, não é necessário um namorado, pode ser um robô, eu só preciso que alguém me diga que me ama nas horas difíceis, que vai estar sempre do meu lado e que distribua abraços apertados quando eu mais precisar. Eu só preciso de alguém que seja pai, mãe, irmão, amigo, namorado, alguém que seja tudo pra mim. E que seja sincero, que jogue na minha cara o quanto eu sou escrota, estranha e difícil de lidar. Eu quero alguém que me diga o quanto seria bom se eu risse das piadas mesmo quando são sem-graças e comprimente as pessoas com dois beijinhos (gostando delas ou não), mas que mesmo assim, fique do meu lado, seque minhas lágrimas e diga mais uma vez: "Eu te amo". Eu quero alguém que (apesar de tudo) me ame por dentro e aceite o que sou por fora.
Eu sei que isso é egoísmo, eu sei que exigindo demais de alguém que nem conheço (ou pior, talvez nem exista. Então nesse momento, eu só quero a minha mãe, quero meus amigos de volta do jeito que eles eram antes comigo, quero todos que moram longe por perto. Eu só quero é ser feliz de novo.
Isso ainda é exigir muito?