segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Quinta de poesia #8 (na segunda-feira)

Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...

Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...

E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...

E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.

Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...


Mário Quintana

sábado, 11 de dezembro de 2010

Everybody knows your name...

... but they don't know who you are.

Quem define o que chamamos de família? A genética, a árvore genealógica? Isso não faz sentido. Nós ainda podemos definir quem é a nossa família. A mulher que nos deu a luz pode não ser nossa mãe. Tudo é uma questão de escolha.
O que define como vamos tratar nossa familia, quem faz parte dela, é o coração. 25% por cento do mesmo sangue, um galho na mesma árvore, caracteristicas iguais, não querem dizer nada, quando o coração não diz o mesmo.

Rótulo não faz amor. Não faz amar.

domingo, 28 de novembro de 2010

Sexta de Música #7 (no domingo)


All I wanted, just sped right past me
But I was rooted fast to the earth
I could be stuck here for a thousand years
Without your arms to drag me out


quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Quinta de Poesia #7

Assim como do fundo da música
brota uma nota
que enquanto vibra cresce e se adelgaça
até que noutra música emudece,
brota do fundo do silêncio
outro silêncio, aguda torre, espada,
e sobe e cresce e nos suspende
e enquanto sobe caem
recordações, esperanças,
as pequenas mentiras e as grandes,
e queremos gritar e na garganta
o grito se desvanece:
desembocamos no silêncio
onde os silêncios emudecem.

Octavio Paz

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Silêncio.

São mil palavras. Uma troca de olhar. Ela olha para baixo, talvez seja a hora de dizer, mas dizer o que? Que ela o ama? Que tudo o que sempre quis estava nele? Ela não pode fazer isso. Outra troca de olhar e ele se vira. "Espera", ela pede, ele volta "o que?", "você esqueceu" ela responde olhando em seus olhos. Mas então perde a coragem, não consegue dizer que o que ele esqueceu foi ela. Esqueceu de amá-la, de beijá-la com paixão, de sorrir aquele seu sorriso encantador só para deixá-la babando feito boa. Esqueceu de fazê-la feliz. Agora por culpa da falta de coragem ele se foi, talvez para sempre. E ela nunca vai poder aquilo que ficou engasgado.

sábado, 20 de novembro de 2010

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Quinta de Poesia #6

O Grilo Falante saíra pelo mundo e assim chegara a China, onde encontrara outros grilos submetidos a uma triste sina: eram obrigados a lutar entre si para diversão de uns poucos espectadores. No meio deles o Grilo Falante se destacava, sobretudo, porque falava duas línguas: a dos humanos e a dos grilos. O que considerava uma dádiva do destino. Era uma oportunidade para que assumisse o papel de defensor dos oprimidos. Assim como Espártaco liderara uma revolta de gladiadores, ele lideraria os grilos não falantes numa rebelião. Empolgado, fazia discurso atrás de discurso: “Nós grilos, somos vitimas dos humanos!” Proclamava. “Eles fazem com que a gente se mate, e para quê? Para que tenham diversão, uma diversão cruel, doentia...uni-vos, grilos! Nada tendes a perder, a não ser a vossa condição de escravos!”
No começo os grilos ficaram perplexos, sem saber o que fazer, mas aos poucos foram se entusiasmando com a pregação e acabaram autorizando o Grilo Falante a negociar com os humanos, condições de vida mais justas. O Grilo Falante disse aos proprietários dos grilos que nada tinha a ver com política. O que ele queria era proteção para seus companheiros. E listou suas condições: as lutas, daí em diante, deveriam ser apenas simuladas, de brincadeira. A caixa em que lutavam seria confortável, com ar condicionado. Os grilos teriam direito a ração dupla de alimento e, etc...
Na falta de alternativa, os donos dos grilos aceitaram as condições. Mas estão atrás do Pinóquio. Pagarão a ele qualquer quantia para que leve o Grilo Falante embora da China.

Reflexão: Os mais espertos se sobressaem sempre sobre os demais.

Moacyr Scliar

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Sexta de Música #5

Chanson juste pour toi,
Chanson un peu triste je crois,
Trois temps de mots froissées,
Quelques notes et tous mes regrets.



quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Quinta de Poesia #5

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

Vinicius de Moraes

sábado, 30 de outubro de 2010

No passado uma nova perspectiva de futuro.

3..2...1 respira fundo, olha pra trás. tem alguém vindo? tem. quem? não sei... se parece comigo. talvez seja você. mas eu estou aqui, não estou? está aqui, está atrás e está a frente. por que? porque você precisa olhar pra trás e ver o quanto evoluiu, as vezes é bom olhar pra frente e perceber o quanto ainda está por vir. o que isso significa? significa que o que você é hoje faz parte do que foi ontem e o que você será amanhã faz parte do que você é hoje, você está sempre numa constante mudança, passado e futuro se misturam formando o presente. não consigo entender... isso meu caro, é viver.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sexta de Música #4 (na segunda)

When you're dreamin' with a broken heart
The wakin' up is the hardest part
you roll outta bed and down on your knees
and, for a moment, you can hardly breath


quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Quinta de Poesia #4

A mente não deve ser modificada pelo tempo e pelo lugar.
A mente é o seu próprio lugar, e dentro de si
Pode fazer um inferno do céu, do céu um inferno.

John Milton

sábado, 16 de outubro de 2010

Sexta de Música #3

Mas quando alguém te disser ta errado ou errada
Que não vai S na cebola e não vai S em feliz
Que o X pode ter som de Z e o CH pode ter som de X
Acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz


quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Quinta de Poesia #3

Dizem que o tempo ameniza
Isto é faltar com a verdade
Dor real se fortalece
Como os músculos, com a idade

É um teste no sofrimento
Mas não o debelaria
Se o tempo fosse remédio
Nenhum mal existiria

Emily Dickinson

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Sexta de música #2

I tried to climb your steps
I tried to chase you down
I tried to see how low I could get down to the ground
I tried to earn my way
I tried to tame this mind
You better believe that I have tried to beat this



quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Quinta de poesia #2

Se vai tentar
siga em frente.

Senão, nem comece!
Isso pode significar perder namoradas
esposas, família, trabalho...e talvez a cabeça.

Pode significar ficar sem comer por dias,
Pode significar congelar em um parque,
Pode significar cadeia,
Pode significar caçoadas, desolação...

A desolação é o presente
O resto é uma prova de sua paciência,
do quanto realmente quis fazer
E farei, apesar do menosprezo
E será melhor que qualquer coisa que possa imaginar.

Se vai tentar,
Vá em frente.
Não há outro sentimento como este
Ficará sozinho com os Deuses
E as noites serão quentes
Levará a vida com um sorriso perfeito
É a única coisa que vale a pena.

Charles Bukowski

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Sexta de música #1

"(...)it's always been wait and see
a happy day and then you pay
you feel like shit the morning after
now I feel changed around
and instead of falling down
I'm standing up the morning after"




Say Yes - Elliott Smith

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Quinta de poesia #1

O tempo não é uma medida. Um ano não conta, dez anos não representam nada. Ser artista não significa contar, é crescer como a árvore que não apressa a sua seiva e resiste, serena, aos grandes ventos da primavera, sem temer que o verão possa não vir. O verão há de vir. Mas só vem para aqueles que sabem esperar, tão sossegados como se tivessem na frente a eternidade.


Rainer Rilke

Novidades

Como eu tenho atualizado pouco o blog, decidi fazer a quinta da poesia e a sexta da música, para me motivar a vir mais aqui e atualizar mais.

P.S.: me cansei desse romantismo no BG e estou tentar achar um mais bonito e menos "romantiquinho"

6#

Isso pode ser quase a mesma coisa de "praticar o desapego" e ser o contrário de "demonstrar meus sentimentos", mas para o sexto item da minha lista decidi:

- Ser livre.

Isso fisicamente e principalmente psicologicamente.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Invisível.

Mais do que nunca tenho me sentido completamente invisível. As pessoas passam por mim na rua e não me notam, esbarram em mim e é como se não tivessem esbarrado. Todos me olham, mas ninguém me vê.
Queria ser dessas que todos notam, que marcam. Mas não sou. Sou daquelas que passam desapercebidas e que ninguém lembra.
Queria ser mais. Queria não ser quem sou.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Uma vez, no passado.

Nós costumávamos ser melhores amigos. Você pelo menos, costumava ser o meu.
Você me contava tudo, eu te contava tudo. Eu sabia por onde você andava e com quem... eu opinava até sobre as "suas garotas". Você não brigava e por isso eu não precisava ficar te dando sermões o tempo inteiro.
Eu amava você. Droga, eu ainda o amo. E você pode fazer quantas besteiras quiser eu vou sempre te amar, você vai sempre um dos meus melhores amigos e eu vou sempre te defender.
Você nunca vai ler isso, mas espero que mesmo assim saiba que eu vou sempre te amar.

terça-feira, 13 de julho de 2010

#5

Resolvi voltar com a lista, mas infelizmente tem sido muito difícil cumprir cada uma das coisas já citadas.
Quinta coisa a fazer antes de morrer:

- Demonstrar meus sentimentos.

E dizer pra cada pessoa que eu convivo, tudo o que sinto por ela.

Breve história.

Ela não era uma garota normal, não agia como a maioria delas. Era tímida e não gostava que a olhassem mais do que o necessário, também não gostava de chamar atenção por isso falava baixo. Se vestia de um jeito sempre básico: camiseta, jeans e all star (às vezes uma sandália e nos dias de muito calor um vestido) e na maioria das vezes preto ou branco, nunca florido ou florescente.
A vida havia lhe ensinado a ser fria e irônica com as pessoas, mas bastava conhecê-la um pouco mais e logo dava pra ver que seu coração era bom e palpitava por qualquer coisa. Muitas vezes bastavam algumas palavras para tocá-la bem fundo, palavras essas que na verdade, eram seu forte e seu fraco (forte porque sabia usá-las, fraco porque elas a dominavam).
Ela não ouvia Cine, preferia Beatles. Ela não lia Thalita Rebouças, preferia Clarice Lispector. Ela não gostava de contos de fada, preferia os dramas. Ela não gastava de gastar seu dinheiro com roupas, preferia gastar com livros.
Ela vivia com uma "ordinary pain" e seu coração dizia que ela morreria com essa mesma dor. Seu coração lhe dizia muitas coisas. Ela confia em poucas pessoas, mas morreria por muitas, ela tinha os melhores amigos do mundo e alguns ela nem conhecia pessoalmente.
Ela não era uma garota normal. Talvez isso se chame conteúdo.
Ela não era uma garota normal. Ela não é uma garota normal. Ela sou eu.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Cara nova.

Resolvi mudar todo o layout do blog pra representar toda a minha mudança interior.
Apesar do coração ao fundo, não estou apaixonada por ninguém, mas isso eu contarei depois... O coração foi só pra dar um ar mais "leve" a tudo.
É isso, o resto conto a partir de amanhã.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

"Já li tudo, cara! Já tentei macrobiótica psicanálise drogas acupuntura suicídio ioga dança natação cooper astrologia patins marxismo candomblé boate gay ecologia, sobrou só esse nó no peito, agora o que faço?" Caio Fernando de Abreu

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Cartas para ninguém.

Rio de Janeiro, 16 de Junho de 2010.

Olá, como vai?! (pura educação/formalidade)
As coisas por aqui andam meio estranhas, parece que a tempos não pertenço mais a esse lugar. As pessoas que me rodeiam parecem entretidas em seus afazeres, suas brincadeiras enquanto eu fico perdida com meus pensamentos, excluída até entre meus amigos, achando graça de poucas coisas e perdida entre eles.
Eu sempre soube que o mundo continuaria sem mim, quando eu não estivesse mais aqui, eu só não sabia que o mundo continuaria sem mim enquanto eu AINDA estou aqui.
Até sábado eu vinha estado bem, sem crises de choro repentinas ou pensamentos sombrios, mas então tudo mudou, aquelas coisas que pensava voltaram... do nada! Eu não estou preparada pra isso, nunca estive. Não quero que a felicidade caia do céu, dinheiro nasça em árvore e um príncipe encantado venha à cavalo, quero fazer as coisas do meu jeito, mas não seria nada mau se tudo fosse um pouco mais fácil.
Não há nada caindo do céu, não tem nem sapo na lagoa, que dirá príncipe cavalgando, além de não ter árvore nenhuma espalhando dinheiro por aí. O problema deve estar em mim, vai ver eu deveria ser mais sociável, distribuir mais sorrisos ou ser mais simpática. Desculpe, não faço amigos por conveniência.
Cada dia que passa, parece que a necessidade de ser amada aumenta, não é necessário um namorado, pode ser um robô, eu só preciso que alguém me diga que me ama nas horas difíceis, que vai estar sempre do meu lado e que distribua abraços apertados quando eu mais precisar. Eu só preciso de alguém que seja pai, mãe, irmão, amigo, namorado, alguém que seja tudo pra mim. E que seja sincero, que jogue na minha cara o quanto eu sou escrota, estranha e difícil de lidar. Eu quero alguém que me diga o quanto seria bom se eu risse das piadas mesmo quando são sem-graças e comprimente as pessoas com dois beijinhos (gostando delas ou não), mas que mesmo assim, fique do meu lado, seque minhas lágrimas e diga mais uma vez: "Eu te amo". Eu quero alguém que (apesar de tudo) me ame por dentro e aceite o que sou por fora.
Eu sei que isso é egoísmo, eu sei que exigindo demais de alguém que nem conheço (ou pior, talvez nem exista. Então nesse momento, eu só quero a minha mãe, quero meus amigos de volta do jeito que eles eram antes comigo, quero todos que moram longe por perto. Eu só quero é ser feliz de novo.
Isso ainda é exigir muito?

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Descoberta.

Durante muitos anos esperei encontrar alguém que me compreenda, alguém que me aceite como sou, capaz de me oferecer felicidade apesar das duras provas. Apenas ontem descobri que esse mágico alguém é o rosto que vi no espelho. Clarice Lispector

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

(Re) Começo

Do nada, uma virada. 360 graus. Da água para o vinho, ou melhor, do vinho para a água, já que agora as coisas me parecem muito claras.
Sou importante, sim. Não para o mundo. Mas para algumas pessoas... que são o meu mundo. Agora não penso mais por mim e sim por essas pessoas. Já que sou importante para elas, não devo ser tão ruim assim.
Então, vou parar de me julgar ou de exigir tanto de mim, deixarei que elas me julguem, elas devem saber o que estão fazendo.

É isso então. Sou amada e amo. E por enquanto, tudo está bem.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Desculpas.

Sei nem se alguém lê esse blog, mas se há alguém, gostaria de lhe pedir desculpas.
Não escrevo nada faz tempo, mas é que estou engajada no projeto do livro (vide número 3 da lista "antes de morrer") e também não tenho nada interessante no momento para retratar aqui, porém assim que tiver, voltarei a escrever minhas palavras, mais do que tortas e desajeitadas aqui.

Obrigada.