sábado, 31 de março de 2012

Sexta de Música #31

Let's forget about the tongue-tied lightning
Let's undress just like cross-eyed strangers
This is not a joke, so please stop smiling
What was I thinking when I said it didn't hurt?



quinta-feira, 29 de março de 2012

Quinta de Poesia #31


Saudação aos que Vão Ficar


Como será o Brasil
no ano dois mil?
As crianças de hoje,
já velhinhas então,
lembrarão com saudade
deste antigo país,
desta velha cidade?
Que emoção, que saudade,
terá a juventude,
acabada a gravidade?
Respeitarão os papais
cheios de mocidade?
Que diferença haverá
entre o avô e o neto?
Que novas relações e enganos
inventarão entre si
os seres desumanos?
Que lei impedirá,
libertada a molécula
que o homem, cheio de ardor,
atravesse paredes,
buscando seu amor?
Que lei de tráfego impedirá um inquilino
- ante o lugar que vence -
de voar para lugar distante
na casa que não lhe pertence?
Haverá mais lágrimas
ou mais sorrisos?
Mais loucura ou mais juízo?
E o que será loucura? E o que será juízo?
A propriedade, será um roubo?
O roubo, o que será?
Poderemos crescer todos bonitos?
E o belo não passará então a ser feiura?
Haverá entre os povos uma proibição
de criar pessoas com mais de um metro e oitenta?
Mas a Rússia (vá lá, os Estados Unidos)
não farão às ocultas, homens especiais
que, de repente,
possam duplicar o próprio tamanho?
Quem morará no Brasil,
no ano dois mil?
Que pensará o imbecil
no ano dois mil?
Haverá imbecis?
Militares ou civis?
Que restará a sonhar
para o ano três mil
ao ano dois mil?
Millôr Fernandes

terça-feira, 27 de março de 2012

Joana.

Tem dois olhos cor de mel a encarando, olhos de ressaca, como os de Capitu. A maquiagem não adiantou, nem adiantaria, a ressaca está dentro deles, subentendida.
Mas ele gosta.
Tem uma boca pintada de vermelho em frente à ela, contraída, praguejando por ser tão grande. Mas foi um pedido dele que seus lábios estivessem pintados dessa cor, então realmente importa se isso só os deixa maiores?
Ela olha para o relógio, do espelho e nota que nem no dia de hoje, quando chega a ser de bom tom se atrasar, ela consegue.
E até disso ele gosta.
Porém, será que ele vai continuar gostando de tudo depois do dia de hoje? Ele vai continuar gostando dela quando descobrir que ela não anota os recados, que quando ela vai para a cozinha alguma coisa sempre queima e que ela é a pior pessoa do mundo quando fica de TPM?
Ela espera que ele continue gostando.
Mas quando ela entrou na igreja, mesmo com o vestido exagerado, o batom muito vermelho e os olhos de ressaca, ele sorriu. E naquele momento ela teve certeza, como nunca tivera em toda sua vida.
E ela soube que ele gostava dela e gostaria independente de qualquer coisa. Para sempre.

domingo, 25 de março de 2012

25.03.2012.

Vinte e cinco de março de dois mil e doze.

Eu te amei. E cedo demais. Era só te ver que meu coração disparava, que lhe escrevia uma canção e tudo o que passava em minha cabeça tinha a ver com você. Será que tudo isso aconteceu só por que o amor está na moda?
Não me importo que faça menos de seis meses que nos conhecemos ou que eu não saiba detalhes da sua infância. Eu sei que carinho na nuca te arrepia e você adora morder meu lábio.
Acho que assisti tantos filmes de sessão da tarde com minha irmã, desses que o amor acontece a primeira vista, dá tudo errado e depois o casal é feliz para sempre. O amor aconteceu de primeira, tudo deu errado, mas eu queria tanto que fôssemos felizes.
Nunca deixei nada subentendido, sempre gritei aos quatro cantos que te amava, era apaixonado, louco por você. Talvez o que tenha estragado tenha sido essa insanidade da minha parte. Talvez fosse a sua pouca idade, a falta de maturidade ou vai ver simplesmente para você não foi amor e ponto. Mas não custava nada tentar, né?! Se eu estava de quatro por você, feito um cachorro, não era óbvio que se alguém fosse sofrer, essa alguém seria eu? Não custava nada tentar.
De qualquer maneira, continuo pensando em você com o coração disparado e o violão por perto para lhe compor uma canção.

Para sempre teu,
do seu último romântico.
Caio.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Sexta de Música #30

Olha só,
Moreno do cabelo enroladinho
Vê se olha com carinho pro nosso amor,
Eu sei que é complicado amar tão devagarzinho
E eu também tenho tanto medo,

Não achei a música, então aqui fica o vídeo.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Quinta de Poesia #30


13 Linhas Para Viver

1. Gosto de você não por quem você é, mas por quem sou quando estou contigo.
2. Ninguém merece tuas lágrimas, e quem as merece não te fará chorar.
3. Só porque alguém não te ama como você quer, não significa que este alguém não te ame com todo o seu ser.
4. Um verdadeiro amigo é quem te pega pela mão e te toca o coração.
5. A pior forma de sentir falta de alguém é estar sentado a seu lado e saber que nunca vai poder tê-lo.
6. Nunca deixes de sorrir, nem mesmo quando estiver triste, porque nunca se sabe quem pode se apaixonar por teu sorriso.
7. Pode ser que você seja somente uma pessoa para o mundo, mas para uma pessoa você seja o mundo.
8. Não passe o tempo com alguém que não esteja disposto a passar o tempo contigo.
9. Quem sabe Deus queira que você conheça muita gente errada antes que conheças a pessoa certa, para que quando afinal conheça esta pessoa saibas estar agradecido.
10. Não chores porque já terminou, sorria porque aconteceu.
11. Sempre haverá gente que te machuque, assim que o que você tem que fazer é seguir confiando e só ser mais cuidadoso em quem você confia duas vezes.
12. Converta-se em uma pessoa melhor e tenha certeza de saber quem você é antes de conhecer alguém e esperar que essa pessoa saiba quem você é.
13. Não se esforce tanto, as melhores coisas acontecem quando menos esperamos.
Gabriel García Marquez

terça-feira, 13 de março de 2012

Cachos.

"Olha só, moreno do cabelo enroladinho, vê se olha com carinho pro nosso amor."


Eu te olho e parece que leio seus pensamentos. Você enrola um cacho e confirma o que passava em minha mente.
Toin.
E um sorriso de canto de boca.
Toin.
Toin.
E você não vai me enrolar.
Não sou um cacho seu, apesar de já ter desejado muito isso, aceitei que não sou. Você não me puxa, amassa, solta, passa entre os dedos. Você nem se quer me leva em sua cabeça.
Ô moreno, pára de pensar. Você acha que não tenho medo? Pois tenho até demais. Só que eu continuo aqui tentando, me esforçando, lutando para ter você. Eu sei, a gente tem o eterno amor de além, mas quer que eu faça o que? Quer que eu fique de braços cruzados, te olhando enrolar esses cabelos e lendo seus pensamentos que não estão nem em mim?
Não tenho paciência, moreno. Pára com esse toin, toin, se aproxima um pouco mais e me deixa lhe fazer um cafuné, mas se achar melhor desistir e partir, parta. Não ganhei nada mesmo. Antes de partir me deixa um pedaço teu, talvez um cacho, para guardar de lembrança.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Sexta de Música #29

Take my hand and come with me
Because you look so fine
That I really wanna make you mine




quinta-feira, 8 de março de 2012

Quinta de Poesia #29


A UM AUSENTE

Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste
Carlos Drummond de Andrade