sexta-feira, 3 de julho de 2015

Testemunhas.

As paredes muitas vezes foram testemunhas oculares de meu amor. Elas viam quando eu acordava no meio da noite e ficava te olhando. Elas foram as primeiras a perceberem que eu tinha me apaixonado. O riso frouxo, o olhar que perdia e se encontrava no mesmo lugar: você.
As confissões que eu fazia quando as manhãs começavam a surgir. Aquelas que você nunca iria ouvir. Eu não tinha coragem de te acordar só para dizer que meu mundo mudou depois que você chegou. As paredes sabiam. Só elas.
Hoje não preciso mais delas. Meu amor tomou o mundo. O Sol, a Lua, o mar, todos já tomaram conhecimento de que perdi uma parte de mim. Te entreguei minha melhor metade e fiz das estrelas, da areia, dos lençois espectadores de nosso relacionamento.
A medida que os dias passam faço dos quatro elementos do mundo e de cada canto que passo novas testemunhas. Grito calada o meu amor para quem quiser ouvir. Deixo ele exposto para quem quiser ver. Pela primeira vez não sinto vergonha de nada, apenas sinto. Sinto muito. O tempo todo. Estou imersa em sentimentos e não consigo esconder.
Fiz do mundo a maior testemunha de meu amor.

Fragilidade

Os olhos me entregam. E se eu deixar a voz também pode me entregar. A postura é firme e o queixo está levantado desafiadoramente, mas os olhos me entregam.
No fundo eu só quero desabar e chorar até que não haja mais lágrimas só o grito preso na garganta, o desespero que não consigo me livrar.
Junto com a vontade de desabar só a vontade de correr. Acompanhar a chuva e deixar que os pingos se confundam com as lágrimas.
Mas por fora o queixo continua erguido.
Será que você não vê? É tudo casca, interpretação. Não dá pra ver que estou prestes a chorar? Para de olhar por sobre mim e olha nos meus olhos que você vai me enxergar. Eu só quero que pare me de confundir com você. Eu não sou forte. Droga, em nenhum aspecto possível eu sou forte. Toda essa vulnerabilidade, toda essa fragilidade é o que me destrói. De dentro pra fora isso me corrói e você não nota.
Será que dá pra voltar no tempo? Será que dá pra ser uma dessas mulheres que a Nora Roberts escreve? Forte, segura de si, donas dos seus sentimentos. Dá? Será que dá pra não desabar a cada dois dias? Uma semana sem chorar, sem pensamentos sombrios enevoando e confundindo a minha mente. Uma semana e já será o suficiente para sobreviver por outra mais. Afinal é só disso que eu preciso: sobreviver.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Pelo seu aniversário

É incrível como você tem o poder de mudar as coisas ao meu redor. Antes era só mais um dia pra se riscar do calendário, hoje se tornou um dia para agradecer.
Eu ainda não havia nascido, mas o Sol estava em câncer.
Outros Sóis vieram e outros Sóis virão. Mas quando o Sol está em câncer pra mim ele é só seu. O que antes era um Sol em câncer hoje é o seu Sol.
Como tudo o que passei a ter depois de você, é seu também. Os meus sonhos? Os teus. Os meus pensamentos? Teus. Os meus olhos? Nos teus. O meu corpo no teu.
Que esse Sol sempre te ilumine e te guie pelo caminho certo. Que seu sorriso e seus olhos carreguem esse Sol e que ele não se apague nunca. Que ele nunca te deixe na escuridão dos pensamentos errados. Que ele esteja contigo quando eu não puder estar e leve para você tudo o que é meu e te pertence.
E toda vez que o Sol estiver em câncer eu estarei agradecendo por ele ter de alguma forma direcionado a minha vida para encostar na tua. Vou agradecer por você simplesmente existir.
Eu sei que outros Sóis virão, mas esse para mim é só teu.