sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Sexta de Música #19

And there's the truth that they can't see
They'd probably like to throw a punch at me
And if you could only see them, then you would agree
Agree that there ain't no romance around there



Quinta de Poesia #19

O DOCE SABOR DE UMA MULHER DESLUMBRANTE


Uma mulher deslumbrante
não é aquela que mais
homens tem a seus pés.
Mas sim aquela que tem
apenas um que a faça
realmente feliz.

Uma mulher formosa não
é a mais jovem.
Nem a mais frágil, nem aquela
que tem a pele mais sedosa ou
o cabelo mais chamativo.

É aquela que com apenas
um sorriso franco e aberto
e um bom conselho pode
alegrar-te a vida.

Uma mulher de valor não,
é aquela que tem mais
títulos ou cargos academicos,

E sim aquela que sacrifica
seus sonhos temporariamente
para fazer felizes os demais.

Uma mulher deslumbrante não
é aquela mais ardente e sim a
que vibra ao fazer amor somente
com o homem que ama.

Uma mulher deslumbrante não
é aquela que se sente adulada
e admirada por sua beleza e
elegancia,

E sim aquela mulher firme
de caráter.
Que pode dizer "Não".

E um Homem...

Um homem deslumbrante
é aquele que valoriza uma
mulher assim...

Que se sente orgulhoso de
tê-la como companheira...
Que sabe acaricia-la como
um músico virtuoso toca
seu amado instrumento...

Que luta a seu lado compartilhando
todas as suas tarefas, desde lavar
pratos e preparar a mesa, até
devolver as massagens e o carinho
que ela te proporcionou antes.
A verdade, companheiros homens
é que as mulheres com mania de
serem "mandonas" não levam
vantagens...

Que tolos temos sido e somos
quando valorizamos um presente
somente pela vistosidade do pacote...

Tolo e mil vezes tolo o homem que
come sobras na rua, tendo um
deslumbrante manjar em casa!

Gabriel García Marquez

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Minha menina.

Eu costumava ter um amor, a minha menina. E eu a amava de um jeito único, como deve ser. Mas eu tinha medo, medo de não ser suficiente para ela, medo de que tudo o que me fazia amá-la acabasse nos afastando.
Eu não compreendia o amor dela por mim, eu demonstrava meus sentimentos todo o tempo e ela se calava. Eu não compreendia que na verdade, ela queria me dizer que não haviam palavras, o amor estava ali e não precisava ser dito.
Eu não entendia essa necessidade dela de ajudar o mundo inteiro, mas ela tinha essa mania, achava que era Doroty. Queria dar coragem ao Leão, um coração ao Homem de Lata e um cérebro ao Espantalho. "Você não tem o mundo nas mãos, garota", eu tentava dizer, mas não adiantava. Ela queria abraçar o mundo, achava que podia. E no final, ela podia mesmo.
"E toda essa dor, menina? Por um acaso é escritora? E essa mania de encontrar Deus no mendigo? É Clarice Lispector?", eu acusava-a disto o tempo inteiro e ela apenas sorria, porque ela sabia os todos segredos de seu mundo.
Às vezes eu só queria mostrar as coisas como realmente eram, mas era ela que me mostrava tudo sem que eu percebesse.
Agora que ela não está aqui, me sinto um idiota por não enxergar essas coisas, por não ver que quando me presenteava com textos de Caio Fernando de Abreu, ela me dizia que era lá que estava. Nua e crua, nas palavras de outro homem. Um homem que nem a conhecia, mas ao contrário de mim, sabia decifrá-la. Agora eu só queria voltar ao tempo e dizer que não me importava, que eu amava por nós dois, que eu poderia dividi-la com o mundo, que se me contasse, entenderia sua dor. Agora eu só queria tê-la aqui comigo, abraça-la, deixar claro de que sua dor, poderia dividir comigo e dizer que a amo. Agora eu só queria que ela ainda me amasse a sua maneira.
Mas agora é tarde demais, é tarde para compreendê-la, é tarde para ela me compreender. Ela se cansou de mim e se cansou de me amar. Ou se cansou de que eu exigisse de seu amor.
Mas eu costumava ter esse amor. E eu a amava (e continuo amando) de um jeito único, como deve ser.

"Ela é mais que um sorriso tímido de canto de boca, dos que você sabe que ela soube o que você quis dizer. Ela fala com o coração e sabe que o amor, não é qualquer um que consegue ter. Ela é a sensibilidade de alguém que não entende o que veio fazer nessa vida, mas vive." (Caio Fernando de Abreu)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

A fé que você deposita em você e só.

Feche os olhos por um momento.
Você confia em si mesmo?
Você se arriscaria agora? Jogaria tudo para o alto e iria atrás da sua felicidade sem pensar em ninguém mais?
Você faria isso? Esqueceria sua família, seus amigos, seus amores e pensaria  em você?
Você consegueria? Ser egoísta por meia hora, que seja, em prol da sua felicidade?
Entenda bem, não estou falando de magoar ninguém. Quero apenas saber se você esqueceria os outros para se lembrar de você mesmo.
Se olha no espelho, faça o que eu estou fazendo. Se questione.
O que você faz pelos outros, eles fariam por você? Tem alguém pondo sua felicidade em risco para te ver sorrir?
Você daria tudo só por você?
Você confia em si mesmo?
Confia?
Pois é, eu sabia. Pelo visto somos bem parecidos. Portanto não me julgue quando me deixo de lado só para pensar nos outros.


"A Felicidade tem amnésia, é preciso lembrá-la todo dia que você existe." (Sérgio Vaz)

domingo, 11 de setembro de 2011

Abismo.

Não sei porque eu trouxe relógio. É paz o que eu procuro, então por que eu trouxe o relógio?
Não sei como escolhi esse lugar, essa beleza silenciosa não merece o barulho que há dentro de mim. Ainda assim é o lugar certo.
(...)
Vai chover. E eu ainda estou aqui. Agora tenho ainda mais certeza de que não pertenço à lugar nenhum. O vento e a (quase) chuva tentam me expulsar da montanha. Mas ainda não é a hora.
(...)
Um trovão anuncia que a hora chegou. Me despeço mentalmente de qualquer coisa que ainda poderia me prender a esse lugar, fecho os olhos, me aproximo do abismo.
(...)
E caio.
Caio.
Caio.
O vento passa forte por mim, enquanto caio.
É assim que morre? Sentindo essa paz?
(...)

(nota: há meses tento terminar esse texto e nunca consigo, mas ainda assim, vejo beleza nele e queria compartilha-lo mesmo que incompleto)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Sexta de Música #18

Quem é mais sentimental que eu?

Eu disse e nem assim se pôde evitar
De tanto eu te falar você subverteu o que era um sentimento
E assim fez dele razão pra se perder
No abismo que é pensar e sentir




sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Memórias de Penteadeira II.

A saudade cansa, querido. Meus olhos estão pesados de sono e tudo o que faço é dormir. A saudade dá sede, amor. Sede de whisky e conhaque, enquanto o álcool queima a garganta, a saudade apazigua. A saudade tem desejo, querido. Desejo de se matar. E só te ver, te tocar, te sentir, poderia matá-la.

Por que eu não consigo te esquecer? Tudo ainda lembra você, por mais que seu cheiro tenha se perdido no tempo.

 Lembra quando você cantava aquela música dos Los Hermanos e reclamava porque era mais sentimental e sempre sofria mais? No final quem acabou sofrendo? Fui eu, amor. A sentimental da história no fim fui eu.
Você sempre me perguntava por que ser assim tão fria. A vida me ensinou a ser fria, você me ajudou a esquentar. Então você se foi e aqui estou eu, fria novamente. Não sei se outro alguém vai conseguir me esquentar de novo, amor. Eu mudei sem você aqui, toda essa frieza que me atingiu, é uma frieza nova. E se você voltar? Provavelmente não vou conseguir lidar com você. Se eu mudei, você que é mutante deve estar completamente diferente. É por isso que você se foi? Eu te atrapalhava, não te deixava mudar? Você se foi para poder ser mutante sozinho? Eu poderia ser mutante com você se me ensinasse, amor. Eu juro que poderia. Eu juro.
A saudade cansa, querido. E eu já estou exausta dela.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Quinta de Poesia #18

Teus olhos são lassos, amante!
Olhos em sono a se perder,
Nesta posição tão distante
Pode surpreenter-te o prezer
E pelo pátio o jorro de água
Não cala nunca o seu rumor,
E entretém a extasiada mágoa
Em que pode atirar-me o amor.

Mas o amor irradia
E é odo flores
Ede Febo a alegria
Enche-o de corres
E tal chuva desfia
Imensas dores

Charles Baudelaire