domingo, 11 de setembro de 2011

Abismo.

Não sei porque eu trouxe relógio. É paz o que eu procuro, então por que eu trouxe o relógio?
Não sei como escolhi esse lugar, essa beleza silenciosa não merece o barulho que há dentro de mim. Ainda assim é o lugar certo.
(...)
Vai chover. E eu ainda estou aqui. Agora tenho ainda mais certeza de que não pertenço à lugar nenhum. O vento e a (quase) chuva tentam me expulsar da montanha. Mas ainda não é a hora.
(...)
Um trovão anuncia que a hora chegou. Me despeço mentalmente de qualquer coisa que ainda poderia me prender a esse lugar, fecho os olhos, me aproximo do abismo.
(...)
E caio.
Caio.
Caio.
O vento passa forte por mim, enquanto caio.
É assim que morre? Sentindo essa paz?
(...)

(nota: há meses tento terminar esse texto e nunca consigo, mas ainda assim, vejo beleza nele e queria compartilha-lo mesmo que incompleto)

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