segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Essa dor.

Saber incomoda, mas a certeza é o que faz doer. É a falta do seu olhar que me conhece, que me despe, me cala, me acalma. É a bagunça que fica a minha vida quando você está longe e quando está perto. É essa bagunça constante porque eu sei, porque eu tenho certeza. É o abraço de despedida, é o "eu te amo" sofrido por vir seguido de um "tchau".
Fui brincar com a saudade, mas esqueci que ela machuca. Tudo é vazio, porque todo lugar te pertence. Você levou uma parte minha consigo. "Quero você inteiro e minha metade de volta.", é o que resume os meus dias longe.
Já as horas perto não parecem suficientes. O tempo voa, parece caçoar de mim.
E se eu pudesse te pedir alguma? Fica. Fica mais cinco minutos, mais duas horas, mais uma semana. Fica pra sempre.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Eu artista.

Ainda que eu soubesse desenhar, ainda que eu saiba todos os detalhes de cor, nunca conseguiria retratar você com perfeição. Nenhuma cor nunca será a cor perfeita. Nenhuma técnica será capaz de descrever o mesmo que os meus olhos vêem. É muito mais do que só olhar.
Por mais que eu fosse uma ótima escultora, nenhum material seria capaz de reproduzir ao toque a sensação de sua pele e de seus cabelos. Eu poderia fazer as curvas no exato lugar em que estão no modelo, mesmo sem que ele esteja por perto. Eu poderia apontar cada cicatriz, mas nada disso adiantaria. É muito mais do que só tocar.
Embora deseje viver de escrever, sei que nunca conseguirei usar as palavras certas que expliquem todos os sentimentos que você me proporciona. A alegria no papel não parece tão feliz assim, o amor no papel parece tão comum, como o amor de todo mundo e não o nosso, tão único. Por isso, eu sei que é muito mais do que só falar.
É sentir.
Não importa o meu talento, ele não servirá de nada se vier vazio, sem todo o meu sentimento. Indepente de como eu quiser me expôr, seja com desenhos, esculturas ou textos, eu não serei nada sem você. Eu preciso de você para me inspirar. Eu preciso de você para me levar além do óbvio, além do olhar, tocar e falar. Eu preciso de você para sentir e pôr sentimento em tudo que eu vier a fazer.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Medida.

Botei na panela vinte gramas de personalidade, um pouco de atitude e uma pitada de coragem, mas não foi o suficiente. Busco todos os dias as medidas certas, me sinto quase como uma alquimista. E eu continuo errando. A fórmula parece inalcançável para mim, apenas para mim.
Eu tentei me moldar à você, para você, mas mulher feita não se molda. Eu vou ser sempre aquela pessoa esquisita, que parece não viver no mesmo mundo que você.
Decidi que devo aceitar que sou assim, uma alquimista de meia tigela que não sabe a fórmula certa de uma simples paçoca. Só que tenta. E segue amando erroneamente mesmo, pelo menos é verdadeiro.

Por amor às causas perdidas.

Nos filmes têm: uma pessoa com um sonho, a família toda apoia, a pessoa consegue realizar ele de alguma forma.
Na vida real tem: eu. Eu tenho um sonho, mas já tive vários.

# Evento da vida número 1:
Cinco anos. Clube.
Eu estava aprendendo a nadar e vivia feliz por conta disso, até que um dia cansaram e" pararam de ter tempo" para me levar até o clube e eu nunca aprendi a respirar embaixo da água. Ainda assim, fui convencida de que a ideia de parar tinha sido minha já que o inverno estava chegando e estava ficando frio. Hoje eu não sei nadar e tenho a certeza de que não parei porque quis.

# Evento da vida número 2:
Nove anos. Tatame.
Eu queria aprender jiu-jitsu porque me convenceram de que eu era sedentária e precisava fazer algum esporte ou dança. Optei pelo esporte, optei pelo jiu-jitsu. Se eu estava fazendo o pediram, iriam me apoiar, certo? Errado. Nunca ninguém se importou, nunca me viram treinar, nunca compraram um kimono. Desisti.

# Evento da vida número 3:
Dos seis anos aos dezessete. Colégio.
De apresentação da festa junina à apresentação de trabalho importante. Só me lembro de alguém ter ido três vezes. (P.s.: a desculpa "falta de tempo" será ignorada, porque apoio não depende muitas vezes de presença e às vezes eu só queria que me vissem ensaiar, ali na sala de casa mesmo ou fossem comigo comprar algum material pro trabalho, até ajuda na hora de fazer pesquisa servia.)

# Evento da vida número 4:
Dezenove anos. Faculdade.
Eu já estava decidida e todos já sabiam o que eu queria. "Tão novinha e já sabe o quer para o futuro", lembro que muitos diziam isso, porém não adiantou nada. Falam que não vou ganhar dinheiro (e daí?), que eu vou trabalhar muito (aprendi com você, mamãe, beijo) e que não vai me dar "estabilidade". Queriam que eu fizesse concurso público para garantir o salário, ter estabilidade e provavelmente ser infeliz e morrer de tédio.


Recado para todo mundo: olha, eu vou fazer o que eu quiser. Eu descobri que felicidade independe de apoio, então eu vou seguir sozinha mesmo. Eu e meus sonhos, juntinhos. Se não der certo eu já estou preparada para ouvir "eu avisei", mas se der, eu vou ser tão feliz, de um jeito que certamente vocês nunca serão. Eu vou me sentir completa.


sábado, 19 de julho de 2014

Sumiço.

Quanto tempo demora afinal pra gente esquecer uma pessoa? Uma semana, um mês, um dia? Eu apostaria em algumas horas e alguns poucos segundos para recordar e novamente esquecer.
Cogito fazer um teste. Peguem seus cronômetros.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Marina.

Marina segue sua rotina sem nem precisar do auxílio de relógios. Acorda no mesmo horário sem diferenciar o dia da semana, se veste com o uniforme sempre bem passado, sai para trabalhar e sobrevive dia após dia, sempre da mesma maneira.
Marina não chamaria sua vida de monótona. É mais como uma eterna epifania. O bom é que ela sempre pode prever o que vai acontecer. O ruim é que ela se engana em pensar assim.
Marina acordou atrasada um dia desses. Até que um dia ela não conseguiu dormir. Nem no dia seguinte nem no outro. As noites já não eram mais feitas para descansar e sim para pensar. Um turbilhão de pensamentos a invadia todas as noites e ditava o rumo dos seus sonhos.
Era sempre um homem. Os olhos que a conheciam tão bem mesmo em tão pouco tempo. Aqueles olhos a despiam, tiravam-lhe a fala, o sono e até mesmo o juízo. Marina era capaz de tudo para vê-los brilhar.
Tudo ao redor de Marina faziam com que ela lembrasse daqueles olhos e desejasse estar frente a frente com eles de novo. Marina sabia que essa obsessão tinha nome.
A vida de Marina não é mais monótona ou segue uma rotina depois dessa obsessão (chamem de paixão, amor, paçoca, o que for.). Agora Marina simplesmente não sabe o que fazer.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Tédio.

Talvez você tenha entrado na minha vida para isso: destruir meus planos para o futuro. Casa com varanda, em um lugar frio pra eu tomar chocolate quente, ler e escrever? Esquece. Já consigo imaginar você reclamando que a tv não pega direito e que já assistimos todos os filmes legais do netflix. Consigo me ver gritando com um cachorro (é claro que você vai ignorar o meu medo e vai arrumar um cachorro) porque ele está destruindo minhas flores. Geladeira vazia porque o supermercado é longe o suficiente da nossa cama e o frio nos impede de levantar? Pelo menos duas vezes ao mês a gente vai reclamar disso.
Você vai reclamar que eu arrumo a casa ouvindo as minhas músicas, eu vou reclamar das suas também. Vai reclamar se eu acender a luz pra ler e você quiser dormir, eu vou reclamar se você ligar a televisão e eu quiser dormir. A gente vai viver reclamando independente do lugar.
Das duas, uma: ou o meu futuro não vai poder ser com você ou eu vou ter que refazer todos os meus planos.
Aguardo ansiosamente por uma solução.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Esperança.

As notícias ruins não param de chegar e são como bombas atiradas no meu oceano em calmaria. Tenho ouvido muito falar em fé, mas desculpem-me não consigo confiar nela, ela já me traiu algumas vezes. Ao acompanhar as notícias meus desejos se confundem, o futuro não será como o passado foi, mas como devo desejá-lo se já não sei o que é melhor para você?
Eu sei que logo irei perdê-la e ultimamente pego a mim mesma ensaiando para o dia em que isso acontecer. Eu nunca sei que palavras terei de usar. Eu nunca sei se eu serei pega de surpresa ainda que eu espere por isso. Eu nunca sei se minha primeira reação será chorar.
Minha única certeza é de que terei de ser forte, não por mim e nem por você (afinal, você entenderá se eu vier a desabar), mas pelos outros. O que será de todos os que te cercam e cercam também à mim? O que será dos que se agarram na fé? Mesmo que eu fique sem chão meu ombro terá de ficar firme, assim como minhas mãos. Precisarão do meu abraço e do meu afago, assim como de algumas palavras doces. Desculpa, mas acho que não conheço tais palavras. Mesmo que eu ensaie por toda a vida, nunca saberei as palavras certas que devo usar. 
Eu só te peço que não vá agora. Nem tão cedo. Por favor, aguente mais um pouco. 

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Razão.

Talvez seja a boca que sussurra palavras capazes de me deixar sem reação e que é a mesma boca que me enche de desejo. Deve ser o sorriso saído dela e que me arranca outros tantos risos. 
Provavelmente são os olhos que me dizem muito sem usarem uma palavra sequer. Declarações, elogios, um turbilhão de sentimentos dentro de uma imensidão castanha. 
Ou quem sabe não são os braços? Dispostos a me carregar em busca de um mundo novo, uma felicidade plena.

Poderia ser os ombros ou as costas que me motivam a desenhar e escrever todas as noites em que compartilhamos a mesma cama.
Cada dia uma nova razão, um novo motivo para sonhar com você e permanecer ao lado da única pessoa que faz o meu coração sorrir.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Aquela frase.

A primeira vez foi um sussurro, por mais que em minha mente soasse forte e seguro. Eu sabia que era um risco, respirei fundo e arrisquei. No segundo em que você assimilava minhas palavras um turbilhão de pensamentos rondou a minha mente: ter uma máquina do tempo não seria ruim, voltar atrás e dizer qualquer outra palavra que pudesse ser confundida com essas três (talvez "tchau" não seria má ideia) e principalmente, ter segurado minha boca por mais alguns meses.
Quando aquela eternidade dentro dos seus segundos em silêncio acabou e você me abraçou eu soube. Eu tive certeza. Certeza de que você não fugiria para o lado contrário e encararia todos os estorvos junto comigo. Certeza de que eu estava correndo para o caminho certo indo de encontro à você.
É real. Todo sentimento é real. O riso é fácil e vem sem esforço. A felicidade me preenche, a falta me machuca. É tanto sentimento que transborda, que é físico e que eu quase posso tocar.
Eu nunca imaginei que uma frase seria capaz de transformar tudo de uma forma tão simples e impactante. Não há arrependimentos e a frase é repetida quantas vezes são desejadas de se ouvir e se dizer.


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Meu mundo de cor.

(Ou Lápis de cor)

Há muito tempo tudo é rascunho, desenhos à mão livre, palavras rasuradas. Nada tem um formato belo ou cores, está tudo muito feio e muito errado. Todo sentimento exige algum tipo de produção, porém nada agradável é feito. Falaram então para eu relaxar, "expandir os horizontes", não me pressionar tanto e foi aí que aconteceu.
O que aconteceu? Não sei dizer.
Só sei que relaxei e você apareceu me trazendo a aquarela. É tudo tão colorido agora.
Tudo se resume ao brilho nos meus olhos e ao sorriso nos meus lábios só de ouvir o seu nome. Você é a tela em branco mais linda que já vi e eu espero estar pronto para me inspirar em ti.
Você disse "vem comigo" e eu resolvi te seguir. Definitivamente o mundo é mais bonito do que eu costuma ver e cada parte dele merece ser exposta.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Simplicidade.

Das cinco melhores coisas dessa vida (não necessariamente em ordem):

- vento no rosto

- risada de criança

- abraço apertado com beijo na testa

- se sujar chupando caroço de manga

- cama gelada com cobertor quente


Nada disso precisa de explicações, é bom e ponto. Simplicidade é tudo nessa vida.

sábado, 4 de janeiro de 2014

Resoluções.

Quando o ano passado começou eu já não tinha mais esperanças, tinha "dado o pause" em toda minha vida e tudo o que eu fazia era viver minha rotina.
2012 foi um ano que me destruiu completamente, mas eu sobrevivi. Descobri uma força em mim que se alguém tivesse me contado eu acharia que era piada. 
2013 só serviu para que eu me redescobrisse e deixasse velhos medos de lado. O ano terminou completamente diferente de como começou, principalmente porque eu estava diferente. Eu aprendi coisas incríveis sobre mim, o mundo, o futuro e os outros. Conheci pessoas das quais serei grata eternamente por fazerem parte da minha história. Eu não virei a página, eu comecei a escrever um livro. Voltando aquela velha lista de coisas para se fazer antes de morrer, pode-se riscar o número dois, de fato, eu pratiquei muito o desapego. Abdiquei de coisas que achei que nunca conseguiria em prol de algo maior, o meu bem estar e a minha felicidade. O desapego veio da aprendizagem que o ano me proporcionou, eu vi que se eu não fosse capaz de deixar certas coisas de lado, eu ficaria de lado para sempre.
E que nesse ano que começa, eu consiga abdicar de mais coisas e adquirir novas que só me façam bem. Bem vindo, 2014. É tempo de aprender, de viver e de ser feliz.