quinta-feira, 10 de julho de 2014

Marina.

Marina segue sua rotina sem nem precisar do auxílio de relógios. Acorda no mesmo horário sem diferenciar o dia da semana, se veste com o uniforme sempre bem passado, sai para trabalhar e sobrevive dia após dia, sempre da mesma maneira.
Marina não chamaria sua vida de monótona. É mais como uma eterna epifania. O bom é que ela sempre pode prever o que vai acontecer. O ruim é que ela se engana em pensar assim.
Marina acordou atrasada um dia desses. Até que um dia ela não conseguiu dormir. Nem no dia seguinte nem no outro. As noites já não eram mais feitas para descansar e sim para pensar. Um turbilhão de pensamentos a invadia todas as noites e ditava o rumo dos seus sonhos.
Era sempre um homem. Os olhos que a conheciam tão bem mesmo em tão pouco tempo. Aqueles olhos a despiam, tiravam-lhe a fala, o sono e até mesmo o juízo. Marina era capaz de tudo para vê-los brilhar.
Tudo ao redor de Marina faziam com que ela lembrasse daqueles olhos e desejasse estar frente a frente com eles de novo. Marina sabia que essa obsessão tinha nome.
A vida de Marina não é mais monótona ou segue uma rotina depois dessa obsessão (chamem de paixão, amor, paçoca, o que for.). Agora Marina simplesmente não sabe o que fazer.

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