quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

(Des) Encontros.

Tínhamos hora marcada. 11:50. Às vezes eu me atrasava, mas parecia que você esperava.
Nos olhávamos. Aquele olhar cúmplice, junto com um aceno de cabeça, quase como se disséssemos: "eu te entendo.".
Eu queria te entender.
Não sei seu nome, sua origem, seus motivos. Só sei que você está ali. Cinquenta minutos antes de mim, sendo você, sem máscaras ou amarras.
Apenas você.
Depois, só eu. Sem máscaras ou amarras.
Você dá seus motivos, conta suas dores, seus amores (será que já teve algum?), seus passos.
Em seguida, eu mostro minhas dores, meus motivos, minha falta de amores, meus passos.
De um certo modo, estamos (inter) ligados. O horário e o local nos conecta e nos faz cúmplices. O aceno de cabeça é o nosso código de honra, de que guardaremos os segredos um do outro. Mesmo que eu não saiba dos seus segredos e nem você dos meus.
Tínhamos hora marcada. 11:50. Hoje eu cheguei atrasada demais e não te vi. Não se preocupe, seus segredos eu ainda levo comigo.