sexta-feira, 3 de julho de 2015

Fragilidade

Os olhos me entregam. E se eu deixar a voz também pode me entregar. A postura é firme e o queixo está levantado desafiadoramente, mas os olhos me entregam.
No fundo eu só quero desabar e chorar até que não haja mais lágrimas só o grito preso na garganta, o desespero que não consigo me livrar.
Junto com a vontade de desabar só a vontade de correr. Acompanhar a chuva e deixar que os pingos se confundam com as lágrimas.
Mas por fora o queixo continua erguido.
Será que você não vê? É tudo casca, interpretação. Não dá pra ver que estou prestes a chorar? Para de olhar por sobre mim e olha nos meus olhos que você vai me enxergar. Eu só quero que pare me de confundir com você. Eu não sou forte. Droga, em nenhum aspecto possível eu sou forte. Toda essa vulnerabilidade, toda essa fragilidade é o que me destrói. De dentro pra fora isso me corrói e você não nota.
Será que dá pra voltar no tempo? Será que dá pra ser uma dessas mulheres que a Nora Roberts escreve? Forte, segura de si, donas dos seus sentimentos. Dá? Será que dá pra não desabar a cada dois dias? Uma semana sem chorar, sem pensamentos sombrios enevoando e confundindo a minha mente. Uma semana e já será o suficiente para sobreviver por outra mais. Afinal é só disso que eu preciso: sobreviver.

Nenhum comentário: