quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Félix.

O silêncio e a escuridão são meus únicos companheiros agora que ela se foi, mas a desgraçada tinha de sangrar tanto?
Com cuidado tiro um cacho loiro (agora com pontas vermelho-sangue, literalmente) do rosto angelical da bela décima quarta. Dou uma última olhada em seu corpo, mesmo morta ela ainda é de tirar o fôlego. Mas isso já é doença, lembro-me enquanto fecho a porta.
No dia seguinte todos os tablóides expõem a décima quarta reclamando que sua morte foi "cruel e claramente sem motivo algum", pela décima quarta vez, eles estão errados. Eu tinha um motivo. Não sou uma pessoa cruel.
Eu deveria parar por aqui, esse jogo está ficando cansativo e perigoso, mas eu não consigo. Tudo se resume ao prazer. Cada vítima é como a primeira, os gritos são estimulantes, o coração batendo acelerado, as pupilas dilatadas de medo, tudo isso é lindo. E o sangue? Só de lembrar do cheiro e da cor do sangue delas sinto um prazer quase orgásmico.
A escolha das meninas é simples, normalmente são secretárias, a cor do cabelo não importa, muito menos o local aonde trabalham. A única coisa que me interessa é a condição de cometer o crime, por isso a maioria acaba sendo secretária.
Normalmente eu estou sentado em um café, um lugar como o Starbucks e a vítima me escolhe, como a ruiva sentada em minha frente que acaba de escolher a morte. Eu só preciso de um sorriso e um olhar em minha direção, como esses que ela acaba de me dar. Mas acima de tudo, é o sangue que me atrai. Um olhar e um sorriso bastam para que eu deseje o sangue dela. Mas por hora eu vou apenas segui-la e descobrir o melhor jeito de matá-la.