quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Jardim.

(ou onde nosso amor floresceu)


Assim que a primavera dava seus primeiros sinais corríamos para o Jardim. Não era algo que precisava ser combinado, pois o ano todo esperávamos por aquela estação e aqueles dias no Jardim.
Minhas noites durante os outros nove meses do ano se resumiam em lembrar-me dos seus cabelos sendo tocados pelo vento, enquanto você corria em minha direção e sonhar com a estação que estava por vir.
Assim que chegava, a primavera nos presenteava com os dias mais belos.
Rolávamos pela grama e depois exaustos, descansávamos debaixo de uma árvore. Naqueles momentos eu desejava abandonar as aulas de piano e começar as de pintura. Você seria a minha Monalisa, mas estaria deitada e sorrindo, com o sol se pondo atrás, o céu alaranjado e seu rosto na penumbra. Seus olhos seriam tão expressivos quanto os da musa de Da Vinci e transpareceriam um misto de alegria, mistério e melancolia.
Aqueles anos, aquelas (nossas) primaveras, quando as árvores viraram nossas maiores confidentes e o sol parecia se pôr mais tarde só para nos dar tempo, serviram para que eu encontrasse respostas para todas as minhas perguntas, para que eu transformasse minha tortuosa vida em algo simples, apenas em amar você.