domingo, 18 de dezembro de 2011

Giorgia.


A primeira garrafa de champagne já foi aberta e logo os fogos começarão. "Ano novo, vida nova", nada como o último dia do ano para refletir as coisas que não foram feitas.
Esse ano não houveram amores. Assim como prometido na virada do ano, só haveria envolvimento carnal, afinal "amor é atraso de vida", já diria seu avô.
O emprego continua o mesmo, o chefe continua um canalha e as coisas continuam não indo bem com o seu pai.
Mas nesse Reveillón ela já não é a mesma Giorgia do ano passado, a antiga queria liberdade, diversão, queria esquecer. A nova anda pensando em casinha de campo, jardinagem e sumir do mundo.
A antiga queria ser lembrada, a nova anda querendo ser esquecida. A antiga guardava rancor em cada célula do seu corpo, a nova quer pedir perdão.
Giorgia não imaginava que em um ano, em míseros trezentos e sessenta e cinco dias poderia crescer tanto, poderia renascer. Mas isso aconteceu.
E para o ano que virá, ela o vê como um livro em branco. Sua história será contada, em primeira pessoa, em tempo real. E para ela, só resta torcer para que dê tudo certo. Ou pelo menos que dê um bom livro.