domingo, 27 de maio de 2012

Paranoia.

Sentia-se exposta.
Não podia abrir a geladeira, não podia tomar banho, não podia ver televisão.
Não podia cantar, falar ao telefone ou ler um livro.
Não podia se despir, não podia namorar, não podia gritar.
Não podia sentir, reclamar, muito menos sentar de perna aberta.
Não podia matar, não podia ir ao banheiro, não podia falar palavrão.
Não podia usar drogas, protestar ou se expôr.
Não podia dormir, não podia sonhar, não podia amar.
Nada podia.
Haveria sempre alguém lhe julgando.
Haveria sempre alguém lhe observando.
Mas ela não estava segura e protegida?
Aah, não. Não com esse teto de vidro.