quarta-feira, 23 de maio de 2012

23.05.2012.

Vinte e três de maio de dois mil e doze.

Se eu fecho os olhos consigo me recordar de cada momento.
Com o Black apoiado nos lábios, esperando ser aceso, eu te olhava. Enquanto o acendia, você reclamava, mas eu só fechei os olhos e senti o gosto amargo do cigarro em minha boca.
E então eu falei. Usei todos os palavrões possíveis, citei todas as nossas músicas, joguei na sua frente nosso passado e minhas dúvidas sobre o futuro.
Acho que me perdi.
Acho que te perdi.
A razão, essa com certeza, eu perdi.
Eu não podia fumar, não podia "falar palavras de baixo calão", não podia ser irônico (no papel eu posso?). Eu só queria ser eu mesmo, ok?! Ou talvez outra pessoa, qualquer uma, que significasse algo para você. Mas sempre fui um ninguém.
Você queria que eu fosse diferente e acho que nessa briga eu consegui ser, te mostrei tudo o que pensava e quem eu realmente era.
Eu definitivamente te perdi.
Cada frase que usava, cada cigarro que eu acendia, cada sorriso irônico que eu dava, fazia você se afastar mais. Até que se afastou para sempre.
Mas essa briga, eu nunca esqueci.
E você, eu nunca esqueci.

Para sempre teu,
Lucas.