terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Você papel.

Comecei pela nuca com cuidado para não te acordar. Contei como nos conhecemos e tudo sobre aqueles primeiros olhares.
Enquanto você dormia escrevi um livro inteiro em suas costas.
Fiz de todos os sinais um ponto final e a história seguia as curvas do seu corpo.
Eu viveria de escrever se você fosse meu papel. Meu manuscrito, rascunho de todas as noites, cura para minha insônia.
Quando eu te conheci não sabia que faria com que eu voltasse a escrever, mesmo que somente em seu corpo.
Tenho desenhado almanaques inteiros enquanto te assisto dormir, inspirada no seu sorriso que aparece para depois sumir lentamente durante algum sonho.
O tempo parece parar enquanto meus dedos percorrem seu corpo formando letra atrás de letra. A inspiração veio junto ao papel.
Hoje só tenho que agradecer e pedir que não acorde agora, ainda há muito para escrever.

Nenhum comentário: