quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Dimitri.

"Você pode ter qualquer um que quiser, Dimitri". Em toda a minha vida, disseram isso à mim, infelizmente não posso ter quem eu quero no momento.
Deus. Simplesmente não há palavra melhor para defini-lo. Os olhos cor de mel, a boca carnuda que guarda um sorriso que ilumina qualquer lugar, a pele bronzeada, o cabelo jogado para o lado...
Mas quando olho para a mão dele, percebo que está entrelaçada em outra mão, a mão de uma deusa, a mão da minha melhor amiga.
Desde então os dias têm sido assim, acordar de um sonho perfeito, em que a mão dele entrelaça a minha, em que a boca dele beija a minha. Todos os dias têm sido assim, acordar de um sonho perfeito e perceber que a vida não é como o sonho e a mão dele entrelaça outra mão, a boca beija outra boca, mas nunca a minha.
Por um momento nos olhamos nos olhos e eu sinto que ele sabe, que ele entende. E por um momento acredito que ele largará o violão e virá de encontro a mim e sem mais delongas dirá que está confuso e que talvez esteja apaixonado por mim. Mas ao invés disso ele desvia o olhar pra o violão e recomeça outra música, sem vir até mim, sem estar confuso, sem a possibilidade de estar apaixonado.
Me afasto mais e fico a olhar de longe, admirando aqueles olhos cor de mel, que sorriem. Sorriem para ela e provavelmente por ela.
Concordo com o resto do mundo, eles fazem um belo casal, eles se completam. E eu sou só um intruso. Um intruso que na verdade nunca entrou, que na verdade só ficava assim... de longe, admirando.
Em uma outra vida talvez? Talvez...
(mas nos meus sonhos eu sei que posso mais.)

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