sexta-feira, 13 de abril de 2012

13.04.12

Treze de abril de dois mil e doze.
Aqui do aeroporto, esperando anunciarem meu voo, me peguei pensando em você. Assim que eu subir nesse avião, terei uma nova vida, em um novo país onde você não estará, mas ainda restaram algumas coisas que preciso lhe dizer, coisas que pessoalmente nunca tive coragem, nem mesmo na nossa despedida.
Queria estar carregando nessa mala um pedaço teu. Algo com a sua marca e que eu não encontrarei em lugar algum do mundo. Algo como uma parte de seus cabelos que leve aquele cheiro único de jasmim ou uma peça de roupa com o cheiro doce de seu perfume (que nunca soube definir ao certo, acho que já nasceu contigo). Queria estar carregando qualquer coisa que te trouxesse até mim, por uma fração de segundo que seja. Roupas. É só isso que vou encontrar quando chegar ao hotel.
Você já entendeu aonde quero chegar e dever estar tendo uma síncope, mas vai piorar, porque vou parar de enrolar e falar de uma vez com todas as letras: EU AMO VOCÊ. Não notou como sempre te amei? Te idealizava, botava-te em um pedestal, mas porque eu te amava.

(Última chamada para o voo AF0042)


Mas fica tranquila. Guarda teus medos, meu avião já vai partir e eu vou com ele. Levando meu amor e sem cobrar nada de você, porque não é necessário. Vou começar uma vida nova, quem sabe com uma nova mulher.

Mas saiba que serei
Para sempre teu,
Marcelo.