quarta-feira, 4 de julho de 2012

Paranoia II.

Não havia horário para ser atendida.
No estacionamento, todas as vagas já haviam sido ocupadas.
O restaurante estava lotado e os ingressos esgotados.
Não havia seu manequim nas lojas nem o número de seu calçado.
O hospital não tinha leito para ela e os médicos cuidavam de outros pacientes.
Os assentos do avião já tinham dono e não passava um só táxi sem passageiro.
O caixa fechou quando ela seria atendida, a porta cerrou quando ela abriria, o elevador parou quando ela subiria.
No telefone ela não conseguia falar, as linhas estavam ocupadas.
As placas pareciam mudar para que ela sempre se encontrasse na contramão.
No baile, ela era a única que não tinha um par.

É o mundo que anda lotado ou ela que não encontra um lugar em que se encaixa?